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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Registos

Alexandre Guerra, 20.01.09


O New York Times fez uma análise dos discursos dos presidentes americanos desde 1789 até 2009.
Inaugural words - 1789 to the present revela as palavras mais usadas nos discursos e o número de vezes que as mesmas foram proferidas. É também possível ler o discurso na íntegra de Barack Obama.


Os ensinamentos de Adam Smith ainda podem dar jeito

Alexandre Guerra, 19.01.09


Já dizia Adam Smith, na sua célebre obra "Riqueza das Nações", "que pouco mais é necessário para levar um Estado do mais ínfimo barbarismo ao mais elevado grau de opuluência, do que paz, impostos leves e uma administração razoável de justiça; tudo o resto é resultado do curso natural das coisas. Todos os governos que contrariam esse curso natural, que façam as coisas a caminhar noutra direcção ou que procuram travar o progresso da sociedade num determinado ponto, são antinaturas e, para se manterem, são obrigados a ser despóticos e tiranos". 



Estas palavras viram a luz do dia em Março de 1776, mas não deixam de fazer sentido mais de dois séculos depois. E o mais preocupante é precisamente essa constatação, porque ao fazer-se um exercício simples percebe-se o seguinte:



Em três requisitos, Portugal falha claramente dois. Está longe de ter "impostos leves" e dificilmente se pode falar em "administração razoável de justiça". Ora, resta apenas a paz que, apesar de tudo, ainda caracteriza Portugal.

 

A The Economist veio adensar ainda mais as nuvens negras que pairam sobre Portugal, reforçando a falta de confiança nas políticas reformistas e anticrise do Governo, tal como a Standard&Poors já o tinha feito.



Mas, não se julge que o problema e a responsabilidade são só do Governo. Na verdade, são de todos. É certo que uns podem ter mais protagonismo e responsabilidade que outros, mas mesmo assim, o esforço terá de ser conjunto.



É por isso que os ensinamentos de Smith, embora distantes no tempo, ainda podem servir para alguma coisa.



Por vezes, a simplicidade nos paradigmas é o melhor caminho a seguir. Mais do que as reformas estratégicas de enorme complexidade, do que os planos anticrise, do que os choques e os planos tecnológicos, do que os investimentos públicos que todos os governos tentam implementar, a resposta para o progresso poderá, por vezes, assentar em princípios mais simples, porém mais sólidos.



Este autor já se contentava se Portugal, além da paz, tivesse "impostos leves" e uma "administração razoável de justiça". Alexandre Guerra


The Places We Live

Alexandre Guerra, 17.01.09


The Places We Live
 é um trabalho jornalístico e artístico do fotógrafo da agência Magnum, Jonas Bendiksen. Segundo as Nações Unidas, 2008 foi o primeiro ano da história da Humanidade onde mais pessoas passaram a viver nas cidades do que em áreas rurais.



Um registo imperdível que passa por quatro grandes centros populacionais do mundo: Caracas, Nairobi, Mumbai e Jacarta. AG


Leituras

Alexandre Guerra, 15.01.09


Is Sarkozy the new Napolean?
 É a esta pergunta que a BBC News tenta dar resposta ao comparar dois "pequenos" homens (em estatura, claro) que têm em comum o facto de acreditarem que foram predestinados para tirar a França do caos e do declínio.


Em conjuntura de crise internacional, nem todos os indicadores são a descer

Alexandre Guerra, 14.01.09


Qilay Shen/Bloomberg News

Embora se esteja a viver uma conjuntura internacional de forte contracção económica, nem todos os indicadores seguem para baixo. Apesar das contrariedades, a China tem razões para estar optimista quanto à sua economia.

O site económico
Bloomberg divulgou esta Quarta-feira dados que vêm materializar uma sensação que todos tinham, mas que agora os números confirmam: o crescimento da China tornou-a desde 2007 a terceira maior economia mundial.

Nesse ano, e de acordo com os valores agora divulgados pelo National Bureau of Statistics, a China cresceu 13 por cento em 2007, acima dos 11,9 por cento previstos para esse ano. 

A China tem hoje uma economia 70 vezes maior do que quando Deng Xiaoping impôs as primeiras reformas de abertura do mercado em 1978. A partir daí, a caminhada chinesa foi impressionante, tendo em 2005 ultrapassado a França e o Reino Unido, ficando apenas atrás da Alemanha, Japão e Estados Unidos.

Dois anos mais tarde, seria a vez da Alemanha capitular perante o gigante asiático. Apenas o Japão e os Estados Unidos, na liderança, têm maiores economias do que a China. Porém, convém referir que neste momento a China já ultrapassou o Japão como maior comprador de títulos do Tesouro emitidos pelo Governo dos Estados Unidos.

Apesar do crescimento galopante verificado nos últimos anos, a China não está imune à conjuntura internacional, registando a  menor expansão económica desde 1990.
 
Seja como for, os números divulgados revelam que a China terá uma economia 15 por cento maior do que a alemã.

Além disso, segundo Tim Condon, chefe investigador na Ásia no ING Groep NV em Singapura, se a China crescer nos próximos 20 anos ao mesmo ritmo que tem crescido nas últimas duas décadas, e se os Estados Unidos fizerem o mesmo, então aquele país asiático será a maior economia mundial em 2030. Alexandre Guerra
  

Registos

Alexandre Guerra, 12.01.09


O ainda Presidente George W. Bush deu há momentos a sua última conferência de imprensa na Casa Branca. O momento visto por John Cushman, do blog
The Caucus do New York Times, que além dos comentários colocou ainda on line a versão televisiva da conferência coberta pela NBC NEWS.
 

Homem Aranha salva Barack Obama

Alexandre Guerra, 09.01.09

Barack Obama in The Amazing Spider-Man

O recém eleito Presidente Barack Obama vai aparecer numa edição especial da série de banda desenhada do Homem Aranha editada pela Marvel.

Trata-se de uma história de seis páginas, na qual Obama é salvo pelo Homem Aranha de uma conspiração para usurpar a presidência dos Estados Unidos.

Segundo o editor da Marvel, Joe Quesada, a ideia de fazer uma edição especial surgiu depois de Obama ter revelado que era fã daquele super-herói.

Uma das particularidades da história, que irá para as bancas na próxima semana, é desenrolar-se no Inauguration Day, a 20 de Janeiro, quando Peter Parker está a fazer a cobertura do evento e se depara com uma conspiração para colocar um impostor no pódio no lugar de Obama. AG 

Outro Mundo, outra História...

Alexandre Guerra, 08.01.09



                                                              Doug Mills/The New York Times

Ao ver as imagens na televisão e, mais tarde, esta fotografia publicada no New York Times, o Diplomata observou que naquele “extraordinário  encontro” na Sala Oval da Casa Branca, Jimmy Carter permaneceu ligeiramente afastado dos restantes presentes.

 

Se George H. W. Bush, Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton estavam juntinhos para o “boneco”, já Carter manteve-se sempre à margem, demonstrando, inclusive, algum desajuste com tudo aquilo que se estava a passar.

 

A sensação com o que Diplomata ficou ao ver as imagens televisivas e agora esta fotografia foi a de que Carter estava a mais naquele "quadro".

 

De facto, e reflectindo um pouco sobre a situação, percebe-se que Carter pouco ou nada tem a ver com aquele grupo de pessoas na Sala Oval.

 

É verdade que foi Presidente dos Estados Unidos, tal como os outros, mas ao contrário destes, assumiu a sua liderança num outro "mundo". Mundo esse que viu os dias do fim chegarem em 1989.

 
Daqui por diante, tudo mudou, tal como já tinha mudado no pós Congresso de Viena (1815), ou na ressaca da I GM (1918). A estes momentos chamam-se de rupturas sistémicas. O período de 1989-91 foi mais um nas relações internacionais, no qual Francis Fukuyama viu o fim da história das ideologias.

 

Carter faz parte de uma outra história, ou melhor, e segundo a teoria de Fukuyama, fazia parte da “História”. Os restantes presentes na Sala Oval já são actores noutro palco.

 

Para aquele Presidente, a sua história era a da Guerra Fria, na qual as relações internacionais eram mais compreensíveis e o sistema mais organizado. 

 

Os outros já são homens da globalização pujante, do mundo da Internet, dos conflitos assimétricos, do aquecimento global, da responsabilidade social… E por diante.

 

Naquele retrato, faltava apenas o homem que viveu precisamente entre a “História” e o “fim” da mesma: Ronald Reagan. Alexandre Guerra