Uma escolha interessante para o "ticket" do Partido Republicano

Reuters
John McCain fez uma escolha interessante para o nome que faltava para completar o "ticket" republicano à Casa Branca. Sarah Palin, governadora do Alaska, e republicana conservadora, foi anunciada hoje (um dia após o final da convenção democrata de forma a quebrar o seu efeito mediático) como candidata a vice-Presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano nas eleições de 4 de Novembro.
Embora interessante, a escolha de McCain é, de certa forma, algo surpreendente, tendo em conta a sua falta de notoriedade junto do grande eleitorado norte-americano. Além disso, nos últimos dias era cada vez mais dado como certo Mit Romney, também este um conservador, como o candidato a "vice".
Com apenas 44 anos, Palin acaba por ser um escolha que se compreende, sendo claro quais os objectivos da decisão de McCain: trazer mais "juventude" e dinamismo à sua campanha, precisamente o oposto daquilo Barack Obama procurou para o seu "vice". Mas, McCain trouxe ainda um factor muito mais importante para a sua campanha: uma mulher.
Não é de estranhar que a BBC News em título referia que McCain tinha escolhido uma mulher para sua "vice", sem referir o nome de Palin. Uma "executiva dura" que desde 2006 tem desenvolvido inúmeros esforços para combater o sistema corrupto que se instalara no Alaska. Ainda recentemente vetou uma "bill" que permitirá reduzir os gastos do estado do Alaska.
É com base neste currículo e personalidade que McCain diz que precisará de Palin para combater "velhos políticos" em Washington corrompidos pelos vícios do sistema.
Embora interessante, resta saber se a decisão de McCain será inteligente, porque como referia o Washington Post, trata-se de uma autêntica aposta cujo resultado é imprevisível. Neste campo, a escolha de Obama foi mais racional e segura. Porém, o risco poderá compensar e, quem sabe, não irá McCain agradecer a Palin a vitória nas eleições de 4 de Novembro, decidida com o eleitorado feminino que decidir "fugir" à candidatura democrata depois de Hillary Clinton ter sido afastada. Alexandre Guerra