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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Uma referência simpática

Alexandre Guerra, 08.11.07


É com prazer que o Diplomata vê este projecto referenciado no portal Ius Gentium, um espaço formado por professores e alunos de Graduação e pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que se dedicam, sobretudo, ao estudo e à investigação na área do Direito Internacional Público. 



O Grupo de Pesquisa em Direito Internacional e Integração Regional da UFSC trabalha também na publicação de várias obras científicas com a colaboração de investigadores e de professores estrangeiros. Prepara-se para lançar em Dezembro uma revista virtual com o nome de Teoria e Comércio no Direito Internacional.



A partir do Ius Gentium o Diplomata ficou também a conhecer o blogue do Departamento de Estado norte-americano, o DipnoteAG
   

Em 2006 registaram-se 149 incidentes ilegais envolvendo materiais físseis

Alexandre Guerra, 06.11.07

O Diplomata há já algum tempo que queria citar um artigo da revista Bulletin of the Atomic Scientists a propósito do contrabando de material físsil. Os dados são da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), mais concretamente do Ilicit Trafficking Database (ITD), e referem-se a 2006.



No ano passado, registaram-se 149 incidentes de tráfico ilegal e de actividades não autorizadas envolvendo materiais físseis. De acordo com o ITD, desde 1993 que se registaram cerca de 1000 ocorências ilegais, incluindo roubos, desaparecimentos, tentativas de venda de material radioactivo.

 

Apesar deste cenário muito preocupante, Mathew Bunn, especialista em contrabando nuclear do Belfer Center for Science and International Affairs da Universidade de Harvard, refere que "a maioria dos casos reportados pela base de dados da AIEA" estão relacionados com aquilo a que chama de "crime organizado cómico". Ou seja, não se trata propriamente de redes ligadas a organizações criminosas transnacionais.

 

Seja como for, os números apresentados pelo ITD não revelam, certamente, todas as actividades ilegais ocorridas em 2006. A própria AIEA admite que tem falta de meios e de informação para asseverar com todo o rigor o que se passa no mercado negro.



Por curiosidade, até ao momento o pior incidente ilegal registado pela AIEA remonta a Março de 1994, quando foram roubados 2,972 quilos de urânio enriquecido de uma instalação nuclear da ex-URSS. Alexandre Guerra 

Pensar George Orwell no século XXI

Alexandre Guerra, 05.11.07


O livro What Orwell Didn't Know: Propaganda and the New Face of American Politics está prestes a ser publicado, mas enquanto isso não acontece o Los Angeles Times levantou o véu ao publicar quatro ensaios de autores diferentes que fazem parte daquela obra.



Além de prestarem uma homenagem a George Orwell, os textos referidos são acima de tudo um importante contributo na interpretação do pensamento daquele escritor aos tempos pós-Guerra Fria.


O estado do país em três notícias

Alexandre Guerra, 03.11.07

Ao ler-se a edição de hoje do semanário Sol fica-se com uma excelente ideia do estado a que chegou a esfera pública deste país. Três notícias demonstram sintomas muito preocupantes de um sistema que há muito está caduco e podre.



Um sistema que parece não poupar ninguém, nem mesmo aqueles que em determinado momento apareceram como salvadores da pátria, como é o caso de António Vitorino, que agora vê um seu ex-chefe de gabinete acusado pelo Ministério Público de corrupção passiva.

 

Jorge Dias, que foi coordenador da Comissão Permanente da Expo 98, "é suspeito de ter recebido, juntamente com António Pinto, ex-administrador da Parque Expo, cerca de 350 mil euros" como comissão pelo facto da empresa gestora da Expo 98 ter contratado três navios-hotel por 24,9 milhões de euros, que acabaram por não servir para nada.



No meio desta história toda, que envolve muito mais gente, seria interessante ouvir o que António Vitorino tem a dizer sobre o facto de um antigo colaborador seu (à partida uma pessoa de sua confiança) estar na mira da Justiça por ter enganado os contribuintes portugueses. Uma pergunta incómoda, mas publicamente relevante, que Judite de Sousa deveria colocar a António Vitorino no programa semanal Notas Soltas.



Porém, tendo em conta o tom subserviente e submisso com que as duas jornalistas da RTP1 interpelam  dois dos mais importantes comentadores televisivos desta praça (um recado para Judite de Sousa e Maria Flor Pedroso), não é de esperar qualquer pergunta nesse sentido.

 

A segunda notícia envolve o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que tem feito demasiados estragos no Governo, tornando-se incompreensível o facto de José Sócrates ainda o tolerar na sua equipa.



Desta vez, é o Tribunal de Contas (TC) que revela que as Estradas de Portugal (EP) pagaram 2,5 mil milhões de euros em contratos por ajuste directo sem qualquer concurso público entre 2005 e 2006. Relembre-se que esta empresa pública é tutelada por Mário Lino. 



Agora, leia-se uma transcrição do relatório final da auditoria do TC: "A situação económica e financeira da EP é preocupante, já que esta empresa não exerce nenhuma actividade geradora de proveitos, dependendo, na sua totalidade, dos subsídios atribuídos pelo Estado."



Incompetência e incúria são algumas das razões que estiveram na origem do "desastre" financeiro que, por exemplo, se reflecte em 1,2 mil milhões de euros de montante pago por trabalhos a mais e  adicionais, em 20,9 milhões de euros por gastos em juros de mora entre 2004 e 2006 e em 1000 milhões de euros em gastos em expropriações.



Além destes valores, existem os tais 2,5 mil milhões de euros em "compromissos assumidos por ajuste directo", que na maioria dos casos indicia situações de favorecimento. O escritório de advogados de Castro Caldas, a empresa F9 criada por um adjunto do secretário de Estado das Obras Públicas e a Pricewatehouse Coopers são alguns dos principais beneficiários. O TC sublinha que todos os contratos celebrados com estas empresas foram ordenados por Mário Lino através de decreto. 



Por último, o Sol informa nas suas páginas que a Ponte de Portimão "pode ruir a todo momento". Ao contrário de casos anteriores, nomeadamente Entre-os-Rios, esta situação está bem documentada e, inclusive, já foram emitidos dois "alertas vermelhos". A estrutura metálica sobre o rio Arade corre o risco de colapso desde Maio, porém, as Estradas de Portugal mantêm a ponte aberta ao trânsito, tendo-se efectuado apenas algumas intervenções.



A empresa que fez a avaliação do estado dos pilares da ponte recomendou à EP o encerramento da ponte e avançou com duas opções: "Reparação total e imediata de todos os pilares ou a construção de uma nova ponte no mesmo local." Entretanto, a estrutura continua aberta ao tráfego enquanto a EP aguarda pelo final do concurso público para a adjudicação das obras de reparação de todos os pilares. Alexandre Guerra
  

Leituras

Alexandre Guerra, 01.11.07


Para impedir tentações mais ousadas de alguns dos passageiros com acesso a uma das 12 suites do "gigante" A380, a Singapore Airlines emitiu um comunicado, no mínimo, original. Em Airline bans A380 mile-high club fica-se a saber que as suites do avião não são à prova de som.


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