Bulgária e Roménia na mira de alguns Estados-membros
Alunos finalistas do secundário à entrada de um restaurante em Sófia (Foto: AG)
Quando a 1 de Janeiro de 2007 a Bulgária e a Roménia aderiram à União Europeia, Bruxelas impôs algumas condições extraordinárias de vigilância e controlo aos mais recentes membros. Esta medida foi adoptada na sequência do frágil processo de adesão daqueles dois países, que não preencheram todos os requisitos da forma esperada. Em alguns dossiers, as autoridades de Sófia e de Bucareste não conseguiram adoptar as reformas necessárias, originando fortes avisos por parte da Comissão Europeia.
As áreas da justiça e do combate à corrupção são aquelas que mais preocupações têm gerado em Bruxelas, no entanto, até ao momento o colégio de comissários ainda não adoptou qualquer medida punitiva contra aqueles dois países. Assim sendo, a França e o Reino Unido estão a pressionar a Comissão para que endureça a sua posição, perante aquilo que consideram ser um caso "sério de corrupção" em dois países que começam a estar fora de controlo. Também a Suécia e a Holanda partilham desta opinião, ao acusarem a Comissão de não estar a cumprir com as suas obrigações, colocando, assim, em causa o processo de alargamento da União Europeia.
Esta questão adensou-se depois de vários Estados-membros terem acusado Franco Fratini, comissário europeu da Justiça, responsável pela aplicação de algumas reformas na Bulgária e Roménia, de estar a "fechar os olhos" ao que se passa nos dois países. Uma ideia que saiu reforçada quando no passado mês de Fevereiro Fratini foi esquiar com o ministro do Interior búlgaro, Rumen Petkov. Ouviram-se de imediato alguns comentários mais críticos no seio da Comissão. Fratini, porém, rejeita qualquer conflito de interesses, afirmando que a sua deslocação às montanhas da Bulgária enquadrou-se num fim-de-semana de trabalho.
Seja como for, a verdade é que o discurso de Fratini, segundo alguns diplomatas citados pelo Financial Times, não parece reflectir a seriedade da situação, tendo antes um tom mais permissivo e displicente do que o que seria desejado. Alexandre Guerra