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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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A aparição de Kim Jong Il

Alexandre Guerra, 09.04.09

 

Kim Jong Il durante a sessão de hoje da Assembleia Popular Suprema/Reuters

 

Após vários meses de especulação sobre o seu estado de saúde, foram divulgadas imagens televisivas do líder norte-coreano Kim Jong Il a ser ovacionado durante a Assembleia Popular Suprema, reunida hoje e que o reelegeu como líder daquele país, mais concretamente para a presidência da Comissão Nacional de Defesa.

 

Kim Jong Il surgiu mais magro e com um ar envelhecido, comparativamente à última vez que foi visto em público, há sensivelmente nove meses, reforçando a tese de que o mesmo terá sofrido um acidente vascular cerebral em Agosto último. Com 67 anos, são cada vez mais os rumores relativos ao seu estado de saúde, sendo que alguns analistas já falam numa possível sucessão.

 

No entanto, do interior do regime não se vislumbra qualquer movimentação nesse sentido, havendo apenas quem veja na revisão constitucional anunciada hoje durante a Assembleia Popular Suprema o primeiro passo para um possível processo de sucessão.

 

Quanto a eventuais nomes, não existem informações fidedignas que permitam aos analistas e até mesmo aos serviços secretos ocidentais avançarem com cenários plausíveis. Certo, parece ser o facto de que uma solução terá de partir de um dos três círculos de poder da Coreia do Norte: familiar, militar ou partidário.

 

O Diplomata analisa aqui apenas o primeiro, deixando para mais tarde os outros dois.

 

Os filhos de Kim Jong Il podem ser uma hipótese, caso o regime opte por uma sucessão hereditária. Porém, tanto o mais velho Kim Jong-nam (37), como os mais novos, Kim Jong-chol (27) e Kim Jong-un (25), são apenas apenas possibilidades teóricas, tendo em conta a falta de informação sobre os mesmos.

 

Sabe-se que os filhos são de duas mulheres diferentes, com as quais Kim Jong Il não tem qualquer vínculo jurídico. Kim Jong-nam seria a hipótese mais natural, mas a sua reputação associada a comportamentos menos próprios, poderão fazer dele uma carta fora do baralho. Quanto aos outros dois, há quem veja em Kim Jong-un uma possibilidade, no entanto, tem contra ele o facto de ser muito novo.

 

Kim Jong Il tem filhas, mas é algo que não terá qualquer relevância na altura de discutir a sucessão da liderança da Coreia do Norte.