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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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F-22 Raptor cai no deserto do Sul Califórnia esfumando 140 milhões de dólares

Alexandre Guerra, 26.03.09

 

Foto: Lockeed Martin

 

Um caça F-22 Raptor da Força Aérea norte-americana despenhou-se ontem no deserto do Sul da Califórnia, quando estava numa sessão de treinos, a alguns quilómetros da base de Edwards.

 

As razões da queda deste aparelho da Lockeed Martin, considerado um dos caças mais avançados da actualidade, são ainda desconhecidas, tendo o Pentágono apenas revelado os detalhes sobre a localização do acidente.

 

Já é o segundo acidente a envolver este tipo de aparelho, depois de em 2004 um outro ter caído na Base Aérea de Nellis no deserto do Nevada. Na altura, os voos dos F-22 foram suspensos durante duas semanas.

 

Os dois acidentes vêm apenas enriquecer o conturbado e controverso historial do F-22. Sobretudo porque o seu programa de desenvolvimento foi orçado em 65 mil milhões de dólares, para construir um avião que muitos consideram ser desadequado às novas realidades militares. Do plano original dos anos 80, que previa a construção de 750 F-22, o actual programa ficou-se pelos 183 caças. 

 

Totalmente focado para o combate aéreo, os seus principais críticos dizem que o F-22 Raptor é pouco versátil e muito caro. Cada máquina custa 140 milhões de dólares. Além disso, os mesmos detractores consideram o projecto F-35 Joint Strike Fighter, actualmente em desenvolvimento, muito mais adaptado às necessidades actuais, com um custo inferior por unidade de 80 milhões de dólares. 

 

O F-22 Raptor é claramente focado para o combate aéreo, equipado com mísses ar-ar, de modo a poder dominar os céus, tal como a Lockeed Martin o gosta de apresentar.

 

Uma das suas características, além da capacidade stealth, é a possibilidade de atingir velocidades supersónicas sem precisar de entrar em regime de "afterburner", podendo assim escapar mais facilmente aos radares térmicos.

 

Ora, o problema é que nos actuais cenários de conflito e de operações de imposição e de manutenção de paz, dificilmente se assistirá a combates aéreos pela supremacia dos céus ao estilo "Top Gun". E neste cenário, um caça como o F-22 Raptor estará sempre subaproveitado.