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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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O testemunho do director da "intelligence" americana

Alexandre Guerra, 28.02.07

 


                                                  Doug Mills/The New York Times


Depois de ter tomado posse no mês passado, o novo director nacional dos serviços de informação (DNI) dos Estados Unidos foi ontem pela primeira vez à comissão dos Assuntos Militares do Senado para prestar informações relativamente a alguns assuntos que dominam a agenda da política externa da administração republicana.


John M. McConnell foi peremptório ao afirmar que os líderes da Al Qaeda se estão a reorganizar dentro do Paquistão, consubstanciando, deste modo, as críticas que se têm feito ouvir em Washington contra a falta de colaboração e empenho do regime de Islamabad. "É uma situação com a qual estamos muito preocupados", revelou o DNI.


Segundo o testemunho de McConnell, são os próprios Osama bin Laden e Ayman al Zawahri que estão a supervisionar a construção de campos de treino nas áreas tribais do Paquistão, à semelhança daqueles que existiam no Afeganistão. Além de que os novos voluntários são "indivíduos muito empenhados".  


Por isso, o homem forte da "intelligence" americana exortou o Presidente Pervez Musharraf a "fazer mais", porque neste momento a região fronteiriça é "um paraíso para a liderança da Al Qaeda". McConnell foi peremptório ao referir que um eventual ataque que seja preparado contra os Estados Unidos será feito naquela zona.  


McConnell foi, até ao momento, o responsável norte-americano mais destacado a assumir claramente o ressurgimento da Al Qaeda no Paquitão e adoptar uma posição frontalmente crítica relativamente ao regime paquistanês.    


Entretanto, referindo-se ao problema iraniano, McConnell confirmou que o regime de Teerão poderá empenhar-se na construção de uma bomba nuclear, mas que nunca a conseguirá antes de 2015.


Quanto à situação no Iraque, o DNI mostrou-se bastante céptico, revelando existir um "problema de confiança" no seio dos xiitas, por recearem que os sunitas voltem a dominar o país. Por outro lado, os sunitas não querem "admitir que já não estão a mandar". Para concluir o seu pensamento, McConnell proferiu uma frase que, pode ser eventualmente aproveitada pelos críticos de Bush: "Penso que os líderes políticos iraquianos têm missões quase impossíveis." AG