Algumas reflexões da "silly season"
O Diplomata recupera um tema particularmente caro e que tem sido aqui abordado sob diferentes ângulos. A obsessão pelo bem estar-comum e o paradigma vigente do "politicamente correcto" começam a assumir contornos ridículos e, nalguns casos, preocupantes.
Ontem, durante a leitura de uma notícia do Público, o autor deste espaço ficou a saber da existência da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (seja lá qual for o seu propósito), a pretexto de uma campanha televisiva lançada esta semana pela Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite, que visa promover o consumo daquele produto entre os jovens.
Mas, de acordo com a Associação Portuguesa das Famílias Numerosas, uma das frases utilizadas na campanha incita à violência. Escalpelize-se então a polémica frase.
A campanha começa com uma pergunta de partida: "E o seu leite, o que tem de especial?"
Na resposta, um miúdo no jardim responde: "Tem vitaminas, proteínas e é bom para os dentes", saltando depois de um baloiço.
Acrescenta a seguir num tom de metáfora: "Ajuda a crescer. Também tem judo, tem manobras de skate, tem força que chegue para aquele grandalhão do 6º B."
Ora, é precisamente esta última parte da frase que está a preocupar Fernando Ribeiro e Castro, presidente da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas. "É uma parvoíce", disse o dirigente ao Público.
Perante este cenário, Margarida Gaspar de Matos, do grupo de trabalho de educação para a Saúde do Ministério da Educação mostra algum bom senso: "Muitos de nós crescemos com o Popeye que comia espinafres para dar cabo de todos." AG