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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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Todos devem apoiar Trump

Alexandre Guerra, 12.06.18

 

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No sistema internacional, por vezes, as relações pessoais entre líderes contam muito/Foto: Evan Vucci/AP 

 

Por mais que custe a admitir aos opositores e detractores de Donald Trump, e independentemente do parco conteúdo da declaração conjunta da cimeira de Singapura e do inexistente “road map” a ser seguido nos próximos tempos, ao fim de várias décadas de gelo diplomático entre os EUA e a Coreia do Norte, seria sempre preferível ter um encontro amigável de alto nível, mesmo que inócuo, do que não ter nada e manter-se o clima instável e volátil que se vinha sentindo nos últimos meses entre Washington e Pyongyang. A guerra de palavras entre Trump e Jong-un tinha escalado para níveis nunca dantes vistos nas relações internacionais entre dois chefes de Estado, mas o problema maior tinha a ver com o processo nuclear norte-coreano que, apesar de tudo, foi fazendo o seu caminho, com testes atrás de testes e lançamentos atrás de lançamentos. Se a Coreia do Norte continuasse a seguir este caminho, seria muito provável que viesse a conseguir dotar-se de uma capacidade plena e eficaz nuclear, quer ao nível dos seus vectores de lançamento, quer na miniaturização das respectivas ogivas. Até ao momento, daquilo que se foi sabendo, ainda havia muito trabalho a fazer, mas algum dia esse percurso teria que ser travado… diplomática ou militarmente. Sendo a capacidade nuclear um factor de poder enormíssimo na hierarquia dos Estados no sistema internacional, uma coisa é Washington negociar com Pyongyang nesta fase, outra coisa seria um líder americano sentar-se à mesa com o seu homólogo norte-coreano numa altura em que este país já fizesse parte do exclusivo “clube” das potências nucleares. Aqui, as condições de negociação seriam certamente outras.

 

Trump deslocou-se a Singapura numa altura em que a Coreia do Norte ainda está longe de ser reconhecida como uma potência nuclear, com capacidade para militarizar a tecnologia até agora desenvolvida. Ainda não alcançou o estatuto de países como a Índia, o Paquistão ou Israel. Mas para lá caminha(va). Mais, Trump foi até Singapura com a certeza de que a Coreia do Norte está desesperadamente à procura de recursos financeiros (e outros) para colmatar a “falência” daquele país. Tudo na Coreia do Norte é uma ficção, uma ilusão, excepto a crise humanitária que aflige milhares de pessoas em proporções que, na verdade, não são verdadeiramente conhecidas.

 

Além disso (e isto em política internacional é muito importante), nota-se uma ânsia de diálogo e abertura por parte do líder Kim Jong-un. Não quer dizer necessariamente que seja uma vontade de suavizar o regime ou de “abrir” a sociedade, mas, para quem tem acompanhado com alguma atenção o percurso deste jovem líder, constata que há em si um ímpeto para ir além-fronteiras e estabelecer pontes com outros países e governantes. Às vezes quase que parece uma criança num loja de chocolates quando se confronta com a novidade. Parecem pormenores, mas, num regime unipessoal como é o da Coreia do Norte, estas matérias de personalidade podem fazer toda a diferença nos desígnios de uma nação.

 

Trump poderá estar certo quando diz que sentiu da parte do seu interlocutor vontade genuína para negociar. Resta saber o que será negociado e em que condições. Para já, pouco se sabe, mas presume-se, caso a cimeira tenha sido bem conduzida os seus protagonistas bem assessorados, que tenham sido estabelecidas as metas, os grandes objectivos políticos a serem alcançados. É para isso que servem estes encontros. Depois a forma de como lá se chega, concessão aqui, concessão ali, é um trabalho de bastidores, de muita paciência e, sobretudo, confiança entre as partes.

 

Se for verdade aquilo que Trump tem anunciado nestas últimas horas, então o mundo deve congratular-se pelo facto de aqueles dois líderes terem definido a “desnuclearização da Península da Coreia” como o principal objectivo. Provavelmente, os EUA terão que pagar um preço muito elevado como contrapartida, mas, a médio e a longo prazo, quem sabe se Washington não terá na Coreia do Norte um gigantesco receptor de ajuda financeira, à semelhança do Egipto e da Jordânia, países que, apesar das suas diferenças religiosas, culturais e políticas, se mantiveram sempre como preciosos aliados da Casa Branca.

 

Para já, e por mais disparates e erros que Trump tenha feito nos últimos meses e ódios que suscite, este esforço diplomático merece ser reconhecido e é por isso que ainda esta semana o insuspeito Nicholas Kristof escrevia que os democratas no Congresso não deveriam adoptar a mesma atitude dos republicanos e criticar por criticar a iniciativa do Presidente americano. Porque, neste momento, é do interesse de todos que esta jogada arrojada de Donald Trump se revele certeira.

 

Até quando as potências mundiais aceitarão passivamente os testes da Coreia do Norte?

Alexandre Guerra, 06.03.17

 

A Coreia do Norte lançou/testou esta Segunda-feira mais quatro mísseis balísticos de médio alcance, que acabaram por cair no Mar do Japão. É um cenário que se tem repetido vezes de mais e tem toda a razão o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao classificar aquela acção como "extremamente perigosa". Três daqueles mísseis despenharam-se na Zona Económica Exclusiva nipónica, ou seja, numa área até ao máximo de 200 milhas náuticas da sua linha de costa. Inicialmente, as primeiras notícias falavam em mísseis de curto alcance que, podem ir até aos 500 quilómetros, mas mais tarde percebeu-se que se tratava de projécteis que alcançaram, pelo menos, os 1000 quilómetros de distância. E é por causa disto que os alarmes em Tóquio e em Seul estão a soar, porque o regime norte-coreano tem vindo a fazer testes consecutivos, sendo notórios os progressos que têm sido alcançados por Pyongyang. O regime norte-coreano não esconde o objectivo de vir a desenvolver um míssil balístico intercontinental (ICBM), cujo alcance vai para além dos 5500 quilómetros, ou seja, capaz de atingir território dos Estados Unidos. É certo que o desenvolvimento da tecnologia de mísseis, por si só, constitui uma ameaça diminuta, mas o problema é que, paralelamente, Pyongyang tem continuado a envidar esforços no seu programa nuclear, suspeitando-se que já possa ter conseguido, com sucesso, construir ogivas suficientemente pequenas para serem transportadas numa cabeça de míssil. E é nesta conjugação terrível que surge a ameaça à paz internacional. 

 

Entre 2006 e 2016, a Coreia do Norte efectuou cinco testes nucleares e, de acordo com o que se vai sabendo, o poder destrutivo dos engenhos tem vindo a aumentar. As ondas de choque detectadas pelos sismógrafos japoneses no último teste subterrâneo norte-coreano de Setembro do ano passado, revelaram uma explosão com a potência de 10 a 30 quilotoneladas. Dada a escassez de informação relativa ao programa nuclear da Coreia do Norte, os especialistas não conseguem ter a certeza quanto ao tipo de bomba de que se está a falar. Se é de hidrogénio, as chamadas bombas termonucleares, as mais potentes, que assentam num processo de fusão de isótopos de hidrogénio (na verdade é um duplo processo, já que tem uma fissão inicial), ou se é uma bomba atómica (fissão). Apesar do regime de Pyongyang ter anunciado que os dois testes realizados em 2016 foram de bombas de hidrogénio, os especialistas duvidam deste alegação, uma vez que não tiveram suficiente potência para se enquadrarem nessa categoria.

 

Apesar destes sinais de preocupação, o grau de desenvolvimento da tecnologia nuclear e dos respectivos vectores de lançamento ainda não atingiu aquele patamar dramático, em que a Humanidade se vê perante a iminência de ter um regime esquizofrénico na posse de um engenho capaz de aniquilar milhões de pessoas. No entanto, se a Coreia do Norte continuar a ter esta "liberdade" para manter em curso o seu programa de armas de destruição maciça (como parece que está a ter, apesar de todas as restrições), é apenas uma questão de "quando" (e não "se") terá um míssil balístico nuclear pronto a ser disparado, capaz de atingir países vizinhos inimigos, como a Coreia do Sul e o Japão ou até mesmo os EUA.  

 

Estranhamente, a comunidade internacional parece estar bastante permissiva perante esta ameaça, dando muito mais atenção a outros assuntos (importantes, é certo), mas que não têm a gravidade do que se está a passar na Coreia do Norte. Admito que o perigo não esteja ao virar da esquina, mas é muito provável que, se nada for feito, poderemos chegar ao dia em que terão que ser tomadas medidas dramáticas para evitar um mal maior. A História recente tem alguns episódios de acções "preemptivas" e "preventivas", nomeadamente executadas por Israel, que levaram à destruição de complexos militares de desenvolvimento de armas de destruição maciça. Em 1981, o primeiro-ministro hebraico Menachem Begin deu ordem para que oito caças F-16 destruíssem o reactor nuclear de Osirak, no Iraque, que Israel acreditava produzir plutónio para ogivas. Secretamente e contra a vontade de Washington, Begin não hesitou. Estava lançada a “doutrina Begin”, que assenta no seguinte princípio: “The best defense is forceful preemption." Para Begin, nenhum adversário de Israel deveria adquirir armas nucleares. Em 2007, seria a vez de Ehud Olmert pôr em prática a “doutrina Begin”, desta vez contra a Síria. Anos mais tarde, a New Yorker explicava como Israel tinha bombardeado secretamente o suposto reactor nuclear de Al Kibar sem que ninguém desse por isso e o assumisse posteriormente.

 

Estes exemplos devem ser tidos em conta quando se analisa a ameaça do programa nuclear norte-coreano, porque, por mais violentos que tenham sido os regimes de Saddam e de Hafez al-Assad, nunca chegaram ao grau de loucura e de insanidade das lideranças de Pyongyang. Bem sabemos que qualquer acção militar contra a Coreia do Norte contaria, quase de certeza, com a oposição da China, no entanto, não deixa de ser preocupante a atitude contemplativa que as principais potências têm tido em relação à forma como Pyongyang tem desenvolvido o seu programa de armas de destruição maciça. Por muito menos, mas muito menos mesmo, os EUA invadiram o Iraque em 2003.

  

Uma brincadeira cada vez mais séria

Alexandre Guerra, 09.09.16

 

O mundo ocidental acordou hoje com a notícia de que a Coreia do Norte fez mais um teste nuclear, com os registos de actividade sísmica a indicarem poder tratar-se de um engenho de 20 a 30 quilotoneladas de potência, ou seja, superior à bomba que os EUA lançaram sobre Hiroshima. Mas o problema já nem é só este, o da bomba em si, é o facto do regime de Pyongyang ter aparentemente conseguido desenvolver os vectores de lançamento para transportar essas ogivas, nomeadamente, os mísseis balísticos de médio alcance. E é sobretudo esta questão que torna a ameaça norte-coreana cada vez mais perigosa e imprevisível. A julgar pelas informações que vão chegado, neste momento parecem começar a estar reunidas condições para que um qualquer lunático em Pyongyang carregue no botão e lá dispare um míssil com ogivas nucleares com capacidade para atingir a Coreia do Sul, o Japão e até mesmo território americano no Pacífico.

 

"Brincadeiras" que um dia podem correr muito mal

Alexandre Guerra, 23.06.16

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Lançamento na Quarta-feira de um dos dois mísseis de médio alcance Musudan com a presença de Kim Jong-un/Yonhap 

 

Nos últimos anos vai-se tendo cada vez mais a impressão de que, a acontecer qualquer drama militar de dimensões cataclísmicas, começará numa "brincadeira" para os lados da Ásia oriental. Se é na Península da Coreia (que, "by the way", continua formalmente em estado de guerra), no Mar do Japão ou no Mar Oriental ou Sul da China, ainda está para se ver (esperemos que não). Além dos interesses territoriais inconciliáveis entre várias nações que se jogam naquelas paragens, esta região é, no actual contexto geopolítico e geoestratégico, uma espécie de ponto de confluência de várias "placas tectónicas". Porque, além dos actores regionais directamente envolvidos nas disputas territoriais, tais como a China, o Japão, a Coreia do Norte, a Coreia do Sul, a Rússia, o Vietname, as Filipinas, entre outros, o jogo de alianças e de interesses acaba por envolver também os EUA, sobretudo pela sua ligação aos aliados nipónicos e a Taiwan.

 

Qualquer acidente ou incidente que por ali aconteça (e têm acontecido alguns) pode acender o rastilho para algo de dimensões problemáticas. Da disputa das Ilhas Curilhas, entre o Japão e a Rússia, à das Ilhas Spratly, entre Pequim e várias nações, tais como as Filipinas ou o Vietname, passando pelas "escaldantes" Ilhas Senkaku (ou Diayou para os chineses), sob administração japonesa mas reclamadas por Pequim, os factores de ignição são muitos. São recorrentes os episódios militares hostis, sobretudo por parte de Pequim, com Washington, por exemplo, à distância, a ir dizendo que não permitirá qualquer ameaça à integridade territorial do Japão. Isto já para não falar do "dossier" Taiwan. Mas é principalmente de Pyongyong que vem a maior ameaça sistémica. A Coreia do Norte não abdica da sua retórica bélica e provocadora e tem dado claros sinais de que a acompanha com uma escalada militar. Ainda ontem testou mais dois mísseis balísticos de médio alcance, conhecidos no Ocidente como Musudan, tendo o primeiro falhado, mas o segundo alcançado os objectivos. E trata-se de informação já confirmada pela Coreia do Sul e EUA.

 

Se ainda estou recordado das aulas de Problemática e Controlo de Armamentos, um míssil balístico de médio alcance (MRBM/IRBM) poderá ter um raio de acção entre os 500 quilómetros e os 5000. A partir daí estamos a falar de mísses Intercontinentais (ICBM). Este míssil norte-coreano terá voado 400 quilómetros, o que, segundo os especialistas, representa uma melhoria em relação ao teste anterior. Há poucas dúvidas de que se o regime de Pyongyang continuar a testar os seus mísseis, irá conseguir desenvolver na sua plenitude de forma eficaz estes vectores de lançamento de eventuais ogivas nucleares. E, por isso, o líder norte-coreando, Kim Jong-un já veio dizer que o seu país está em condições de atacar interesses dos Estados Unidos na ilha de Guam, no Pacífico. Se é certo que muitas das vezes a retórica proveniente dos líderes daquele regime é mera propaganda, desta vez, e a julgar por algumas reacções, as palavras de Kim Jong-un estão a ser levadas mais a sério.

 

Os ditadores sanguinários também escrevem boas histórias para crianças

Alexandre Guerra, 19.02.14

 

Ilustrações do conto "Boys Wipe Out Bandits"

 

Para lá da brutalidade dos actos, parece que os falecidos Kim Jong-il, e o seu pai "Grande Líder", Kim Il-sung, escondiam talentos que davam para literalmente embalar uma criança. O pai e o avó do actual líder norte-coreano escreveram várias histórias para crianças. Um dos contos é descrito por Christopher Richardson como "extraordinariamente exuberante e violento".

 

Para aquele investigador da Universidade de Sydney, citado pela BBC News, a história "Boys Wipe Out Bandits" reflecte em parte o modelo de sociedade que aqueles líderes queriam incutir na população. As populações rurais são vistas como puras e virtuosas, incarnando os valores tradicionais, que de tempos a tempos são atacadas por "bandidos", personificando estes todos os males identificados pelo regime de Pyongyang. Heroicamente, a resistência aos "bandidos" vinha da juventude, numa alusão à defesa da nação e dos seus valores.

 

Apesar do seu conteúdo ideológico, Richardson não considera que este conto seja particularmente vincado, classificando-o até como engraçado e com qualidade. Na verdade, qualquer criança ocidental gostaria de ler aquela história e ver as suas ilustrações.

 

Richardson identifica outros contos ideológicos, nomeadamente fábulas, que retratam a ganância americana e a capitulação daquele estilo de vida. "The Butterfly and The Cock" é um desses contos, em que uma borboleta trabalhadora (norte-coreana) se opõe a um arrogante "galo" (americano) que se passeia com toda a ostentação.

 

Ilustração do conto "The Butterfly and The Cock"

             

Pyongyang aumenta a "parada" negocial

Alexandre Guerra, 12.02.13

 

O anúncio do terceiro teste nuclear norte-coreano (o primeiro foi em 2006 e o segundo em 2009) feito pela televisão estatal

 

No final do ano passado, e em jeito de previsão para a 2013, o Diplomata fazia a seguinte pergunta: "É possível que Pyongyang volte a fazer lançamentos de propulsores balísticos (foguetões) em 2013. Mas haverá algum teste nuclear?"


A resposta de Pyongyang veio mais cedo do que se esperava, com a realização, esta Terça-feira, de um teste nuclear, o terceiro do seu programa atómico. A Agência Internacional de Energia Atómica, sediada em Viena, informou que a explosão subterrânea teve o dobro da força do que o último teste realizado em 2009.

 

Trata-se, claramente, de uma posição de força do líder Kim Jong-un que, por um lado, alimenta o delírio colectivo em redor de uma certa iconografia de poder, e por outro, aumenta a "parada" negocial junto da comunidade internacional, demonstrando que tem uma "moeda de troca" muito valiosa.  

 

Na linha de fronteira das coreias responde-se com tiros às "provocações" do inimigo

Alexandre Guerra, 10.02.13

 

Soldados sul-coreanos ao longo da Zona Desmilitarizada em Yeoncheon/Foto:Reuters/Kim Hong-Ji 

 

Por mais paradoxal que parece, a área em redor da Zona Desmilitarizada (DMZ) que acompanha o paralelo 38 que separa as duas coreias, é a região mais militarizada do mundo. Em ambos os lados da fronteira, ao longo dos 250 quilómetros daquela "zona tampão" com quatro quilómetros de largura, tanto Pyongyang como Seul têm mobilizado um forte contingente militar permanente, reforçado com torres de vigia e outros meios. Seul conta ainda com o apoio de soldados americanos. 

 

Por aqueles lados o clima de tensão está sempre presente, com os soldados a vigiarem-se constantemente e preparados para reagir a qualquer provocação do inimigo: "Nós responderemos imediatamente a qualquer provocação do inimigo", informou há uns dias à Reuters, o capitão Kim Sang-min, o comandante da unidade sul-coreana "Invincible Typhoon", estacionada apenas a 800 metros da linha divisória. 

 

Até à eternidade

Alexandre Guerra, 12.04.12

 

Kim Jong-un, o novo líder norte-coreano, foi nomeado ontem "primeiro secretário para a eternidade"

 

No regime reclusivo da Coreia do Norte há uma tendência de nomear os seus líderes para a eternidade. Kim Jong-sun, o "Grande Líder" e fundador daquele país, que morre em 1994, tinha sido nomeado "Presidente para a eternidade". 

 

O seu filho, Kim Jong-il, o "Querido líder", morreu em Dezembro último, não sem antes ter sido eleito "secretário geral para a eternidade" do Partido dos Trabalhadores.

 

Agora foi a vez do aparelho partidário, reunido ontem, atribuir a Kim Jong-un, o novo líder norte-coreano, o novo cargo de "primeiro secretário para a eternidade".

 

A primeira provocação de Kim Jong-un a Washington

Alexandre Guerra, 25.03.12

 

 

Kim Jong-un, o novo líder da Coreia do Norte, prepara-se para concretizar a sua primeira provocação a Washington, quando em Abril lançar um míssil de longo alcance que, supostamente, vai colocar em órbita um satélite. O lançamento deverá coincidir com os 100 anos do nascimento do Grande Líder, Kim Il-sung.

 

O Presidente Barack Obama já reagiu e disse que a Coreia do Norte "não vai conseguir nada com ameaças ou provocações".